De animes famosos como Seven Deadly Sins e Jojo’s Bizarre Adventure, passando por clássicos como Os Cavaleiros do Zodíaco, até produções pouco conhecidas como Violet Evergarden, a Netflix tem animações japonesas para todos os gostos.
Recém chegado na plataforma, o anime Record of Ragnarok está fazendo o maior sucesso com o público geek! A sólida trama mistura mitologia, fantasia e muita luta em episódios realmente memoráveis.
No entanto, a adaptação de um dos arcos do mangá pode causar uma grande polêmica e gerar problemas internacionais para a Netflix.
O site CBR falou tudo sobre o assunto; confira abaixo!
A polêmica de Record of Ragnarok
Record of Ragnarok (Shuumatsu no Valkyrie), segundo o CBR, pode causar polêmica na Netflix devido ao seu material de base.
A premissa dessa adaptação do mangá seinen – criado por Shinya Umemura e Takumi Fukui, com ilustrações de Ajichika – é bastante simples: um torneio de lutas entre humanos e deuses da mitologia e teologia.
A descrição parece interessante e cheia de possibilidades, certo? Os fãs já estão adorando o anime, mas a chegada de novos personagens pode causar controvérsia.
O problema é o seguinte: pelo menos uma das divindades mostradas na trama não é mitológica, mas parte de uma religião ativa.
Enquanto a série coloca personagens como Adão, o primeiro homem da bíblia, contra figuras como Thor e Hércules, o anime conta também com a presença de Shiva, o deus hindu da destruição, em um papel bastante importante.
Ícones judaico-cristãos e budistas não são incomuns em animes, mas polêmicas tendem a aparecer sempre que obras de ficção trazem divindades do hinduísmo como personagens.
A controvérsia envolvendo a caracterização de Shiva começou em outubro de 2020, quando Rajan Zed, o Presidente da Sociedade Universal do Hinduísmo, emitiu uma declaração oficial criticando o mangá pela suposta trivialização de deuses e deusas hindus.
Essa não foi a primeira vez que Zed proclamou críticas desse tipo. O religioso detonou o game Shin Megami Tensei IV: Final por contar com a presença de Krishna, o oitavo avatar do deus Vishnu, além do videogame Smite por trazer a deus Kali como personagem.
O especialista afirma que a mídia deturpa os ensinamentos do hinduísmo, apresentando uma versão “na melhor das hipóteses, desinformada, e na pior das hipóteses, prejudicial”.
Record of Ragnarok caracteriza Shiva como um lutador brutal e extremamente poderoso, capaz de enfrentar divindades como Thor e Hércules em pé de igualdade.
A utilização de imagens religiosas, às vezes distorcidas, em animes e mangás não é exatamente uma novidade.
A série Saint Young Men, por exemplo, mostra Jesus e Buda como dois amigos que vivem divertidas aventuras. O icônico anime Neon Genesis Evangelion se apropria de diversos ícones e conceitos cristãos. O mangá Angel Sanctuary chega até mesmo a incluir tramas de incesto no plano de Deus.
No entanto, a diferença é que as histórias judaico-cristãs contam com inúmeras caracterizações positivas e fiéis para contrabalancear o efeito de tramas vistas como negativas.
O hinduísmo, por outro lado, não conta com essa alternativa. A maioria do público ocidental conhece a principal religião da Índia – com mais de 1 bilhão de fiéis no mundo todo – apenas por caracterizações marcadas por estereótipos.
Record of Ragnarok já está disponível na Netflix! Confira abaixo o trailer do anime!