Sex/Life, a mais nova produção erótica da Netflix, segundo a análise do site NBC News, é ao mesmo tempo “interessante e enfurecedora”. Na série, a dona de casa Billie Connelly se sente presa em seu casamento, e reflete sobre sua decisão de abandonar o passado sexualmente livre e se tornar a mais tradicional esposa de um homem rico.
Sem revelar seus verdadeiros problemas, Billie passa a fantasiar sobre suas experiências com o ex-namorado Brad, interpretado pelo bonitão Adam Demos.
Não importa se você está sozinho, namorando ou casado: a pandemia criou para todos nós a oportunidade de refletir sobre o passado e pensar se tomaríamos as mesmas decisões novamente.
Ou seja, existem muitas razões para o público simpatizar com os problemas de Billie, mas também existem motivos para condenar as opções da protagonista.
O dilema de Billie em Sex/Life
Na trama de Billie em Sex/Life, a protagonista não tem muitas razões para se queixar. Afinal de contas, segundo o site NBC News, a personagem atingiu “o topo da Hierarquia de Necessidades de Maslow”.
A protagonista troca suas noites selvagens em Nova York, junto com a amiga Sasha, por vestidos chiques e um lar luxuoso em Connecticut, junto com o marido “perfeito” Cooper, interpretado por Mike Vogel.
No entanto, a estudada Billie não é apenas um “clichê de Betty Friedan”, passando a sentir falta de sua intensa vida sexual com o ex-namorado Brad ao invés de se preocupar com seu esquecido programa de PHD.
Quando Cooper encontra o diário de Billie, seus instintos competitivos renascem, e a protagonista descobre ser capaz de modificar o comportamento do marido à medida que escreve novos relatos.
Ou seja, Billie utiliza Cooper para praticar uma espécie de “biblioterapia subliminar matrimonial”.
Mas é claro que as coisas saem do controle, criando uma rota de colisão entre a Billie do presente e suas experiências do passado.
Embora nem todos se identifiquem com o dilema de Billie – dividida entre um ex tóxico e sedutor e uma vida tranquila com o marido – muitos de nós compartilham pelo menos uma experiência da personagem.
Inúmeras pessoas têm ex-parceiros que representam uma grande influência em suas vidas pessoais, fazendo casais relativamente felizes questionarem suas decisões e motivações.
A crença de Billie em sua atração por Brad, e suas atitudes de bad boy, está mais relacionada com conexões cerebrais já gastas do que com o fato do personagem ser, supostamente, “mais real” que o pobre Cooper.
Como Cooper, muitas pessoas também se comparam aos ex-namorados de parceiros atuais, principalmente quando a outra parte da equação faz essas comparações de maneira explícita.
A questão que Sex/Life propõe para Billie (e para todos nós), é bastante simples: “será que conseguimos recalibrar nossos cérebros e corpos no rescaldo de convulsões sociais e pessoais para responder a sentimentos de amor e segurança ao invés de encontrarmos conforto no caos?”.
Enquanto isso, podemos provavelmente aprender com os erros de Billie, e sermos sempre sinceros com nossos parceiros sobre as experiências do passado, principalmente antes de tomar qualquer decisão precipitada.
Sex/Life está disponível na Netflix.