Alerta de spoilers!
Após o término da quarta temporada de Game of Thrones, a série da HBO entrou em constante declínio, culminando no tenebroso desfecho do seu oitavo ano. Mesmo com alguns ótimos episódios na segunda metade da série, o produto geral foi bem decepcionante. Felizmente, The Crown, da Netflix, consegue escapar dos erros cometidos na série de fantasia.
O principal problema de Game of Thrones do quinto ano em diante é a forma como a narrativa é construída.
Os showrunners, David Benioff e Dan Weiss, focaram em subtramas e determinadas cenas que em nada acrescentaram à história como um todo, enquanto deixaram de fora fatos importantes (como a mudança de Daenerys, que ocorre da água para o vinho nos episódios finais).
Isso gera outros problemas, como o teletransporte de personagens, corvos que cruzam o continente inteiro quase que instantaneamente, dentre outras questões. The Crown, contudo, sabe muito bem o que deve e o que não deve colocar em sua história.
Pulando o que deve ser pulado
A quarta temporada, por exemplo, que já conta com várias figuras importantes e diversas tramas a serem trabalhadas, prova ser bem-sucedida em suas manobras arriscadas.
Bom indício disso é o fato de terem pulado o casamento de Diana Spencer e o príncipe Charles, algo que efetivamente não faria diferença na história como um todo.
Assim sendo, o seriado da Netflix consegue focar no que realmente importa, com a calma necessária, não simplesmente jogando tudo no espectador, com eternos vai e vem entre personagens.
A atenção é dada ao que merece e os detalhes mais minuciosos nem sempre são necessários para que a história seja contada apropriadamente.
Game of Thrones não soube fazer isso e o resultado podemos enxergar nas temporadas finais, que pulam de personagem em personagem, garantindo a todos os inúmeros jogadores desse jogo dos tronos meros minutos em tela a cada capítulo. O ritmo se arrasta e a obra sofre como um todo.
The Crown pode ser assistida na Netflix. Já Game of Thrones está disponível no HBO Go.