Inspiração histórica

Visual diferente dos vampiros de Céu Vermelho-Sangue é explicado

Design das criaturas da Netflix é baseado no clássico Nosferatu

Céu Vermelho-Sangue é um filme de ação bastante singular, sendo inspirado pelos longas clássicos do Expressionismo Alemão. A referência é perfeita para a obra da Netflix, que traz vampiros com um visual bastante diferente de outras criaturas da noite da cultura pop, baseado em personagens como Nosferatu.

O thriller estreou na plataforma em 23 de julho, tornando-se um fenômeno em diversos países. Resenhas críticas indicam que, mesmo com alguns problemas no roteiro, o longa é uma adição divertida e criativa para o cânone de terror na Netflix.

Céu Vermelho-Sangue mistura o típico cenário de um thriller de ação com elementos sobrenaturais de terror. O longa acompanha a história de Nadja, uma mãe desesperada que viaja com o filho Elias para Nova York, com o objetivo de se submeter a um tratamento de saúde experimental.

No entanto, quando o avião é sequestrado por um grupo terrorista, o filme esclarece que Nadja não está doente, mas é uma vampira. A personagem abraça cada vez mais seu lado monstruoso com a progressão do longa.

O site Screen Rant falou tudo sobre as inspirações do visual dos vampiros em Céu Vermelho-Sangue; confira abaixo.

Vampiros diferentes em Céu Vermelho-Sangue

Diferentes de vampiros contemporâneos, como os de Crepúsculo e The Vampire Diaries, e também dos monstros demoníacos popularizados por Buffy: A Caça-Vampiros, as criaturas da noite de Céu Vermelho-Sangue tem uma estética bem mais distinta.

Em sua forma de vampira, Nadja aparece careca, com traços fortes em seu rosto. À medida que a protagonista assume seu lado predador, os traços perdem definição e as orelhas se tornam pontudas.

Fãs de filmes clássicos de terror não demoraram a perceber a semelhança entre os vampiros de Céu Vermelho-Sangue e o visual do Conde Orlok, protagonista do filme Nosferatu.

Nosferatu é um filme alemão lançado em 1922, dirigido por F. W. Murnau. O longa é considerado uma das bases do terror como gênero, e influenciou inúmeras obras produzidas posteriormente.

O filme é uma obra notável por diversas razões. Além de ser um aclamado longa do cinema mudo, Nosferatu fez parte do movimento batizado de Expressionismo Alemão.

Filmes dessa corrente, como O Gabinete de Dr. Caligari (1920), popularizaram o uso de alto contraste na iluminação, sombras pesadas e cenas desorientadas. Essa estética foi essencial para a construção do terror como um gênero, sendo emulada por diversos longas da época.

Clássicos como Frankenstein e Drácula, também se apropriaram dessa estética, estabelecendo assim as mais populares convenções e clichês do gênero.

Além disso, Nosferatu contribuiu para a construção da ideia de vampiros mortos pela luz do sol – um ponto focal em Céu Vermelho-Sangue.

A famosa cena do Conde Orlok, em Nosferatu, subindo uma escada, já foi parodiada e referenciada em inúmeras obras da cultura pop.

Nosferatu também se estabeleceu como um filme notável por outra razão: a controvérsia de seu lançamento.

Na estreia do filme, em 1992, o diretor e o estúdio foram processados pelo espólio de Bram Stoker, o autor de Drácula. Na época, a história do vampiro ainda estava incluída sob os direitos autorais do escritor, de acordo com a lei alemã.

Piorando ainda mais a história, o produtor Albin Grau tentou obter previamente os direitos sobre a história com os representantes de Stoker.

Um juiz chegou a ordenar que todas as cópias de Nosferatu fossem destruídas. Se o filme não tivesse alcançado uma base de fãs tão grande, permitindo que algumas cópias fossem guardadas, o filme teria sido perdido para sempre.

Dado o legado de Nosferatu na cultura pop, o fato de Céu Vermelho-Sangue ter sido inspirado pelo longa não é exatamente uma surpresa.

Veja abaixo uma imagem original de Nosferatu. Céu Vermelho-Sangue já está disponível na Netflix.

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