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O que o final de Toy Story 4 significa para o futuro da franquia

Toy Story 4 chegou aos cinemas de forma improvável. O final do terceiro filme, lançado em 2010, parecia o encerramento perfeito para a saga de brinquedos da Pixar, e não havia um ponto emocional mais forte do que Andy doar Woody, Buzz e todos os seus brinquedos para a jovem Bonnie. Ou era só o que achávamos.

A única forma da Pixar nos atingir novamente era separar a dupla Woody e Buzz Lightyear para sempre, e é exatamente isso que Toy Story 4 faz em sua emocionante conclusão. O filme termina com Woody optando por ficar com Betty como um Brinquedo Perdido no parque de diversões, enquanto Buzz leva Garfinho de volta para os brinquedos de Bonnie.

É algo que Toy Story 4 enfatiza desde o início. Woody está sendo deixado de lado mais uma vez, sendo o brinquedo que Bonnie esquece no armário enquanto se diverte com Buzz, Jessie e, principalmente, o novo Garfinho. O reencontro com Betty reforça que Woody perdeu seu propósito, e que ele deveria estar ali com ela, ajudando outros brinquedos perdidos a encontrarem donos – como ele fez com Gabby Gabby, a “antagonista do novo filme”.

Woody se despede de toda a turma de forma emocionante. Ele abraça todos, dá sua estrela de xerife para Jessie e compartilha uma despedida tocante com seu amigo Buzz Lightyear. Se separando à distância, eles proclamam o icônico “Para o infinito e além”, em uma bela rima visual com o segundo filme, e que também proclama Woody como o grande protagonista da história toda. Woody, e não Andy.

Podemos ter Toy Story 5?

A Pixar tem diversas alternativas para um Toy Story 5, mas também existe um desafio a ser superado: No final do novo filme, Woody e Buzz Lightyear separam-se definitivamente, e o estúdio teria que escolher qual narrativa seguir agora. Ficaríamos com Buzz, Jessie e os demais brinquedos no arco de Bonnie ou acompanharíamos as aventuras de Woody, Betty e seu grupo sem donos para continuar ajudando brinquedos perdidos a encontrarem suas crianças.

Tom Hanks e os produtores afirmaram diversas vezes nas entrevistas de divulgação que Toy Story 4 é o fim da jornada de Woody. Esse comentário implica que um novo filme seria focado na relação entre Buzz, Jessie, Garfinho e Bonnie, mas sendo bem sincero, acho que já tivemos muito disso. Por mais que os três filmes sejam excelentes, todos se baseiam em uma fórmula muito similar de resgatar amigos perdidos, e temo que um quinto filme focado no quarto de Bonnie acabasse gerando mais uma repetição – algo que o quarto filme, por mais que tenha seus defeitos, espertamente conseguiu evitar.

Uma história centrada em Woody e Betty pode ser mais interessante. É um universo que ainda não havíamos visto em detalhes, o de brinquedos que vagam livremente pelo mundo. O advento de Garfinho também dá margem para a possibilidade de literalmente qualquer objeto ganhar vida nesse universo. Isso abre porta para um filme mais existencial, mas vamos deixar isso de lado até o momento em que David Lynch quiser brincar na Pixar, e ficaremos com a Betty versão Rey ao lado do Cowboy de Tom Hanks. Porém, sentimos que isso poderia tirar o peso da despedida dos dois brinquedos no final de Toy Story 4, afinal despedidas só são impactantes na ficção se duram. Qual seria o impacto se Andy voltasse para um novo Toy Story, por exemplo?

Existe também a possibilidade menos provável, mas com mais liberdade: novos personagens, no mesmo universo. Uma abordagem que parece ter dado certo na maioria dos reboots e franquias atuais é a tornada popular por Star Wars: O Despertar da Força, onde temos novos personagens interagindo com elementos clássicos da franquia, assim como participações reduzidas de figuras icônicas. 

Até a Pixar anunciar um quinto filme, Toy Story 4 segue em exibição nos cinemas como o capítulo final da franquia.

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