Recordar é viver e como o fim de 2016 se aproxima, nada mais oportuno que fazer um balanço do ano que está prestes a acabar. Em função disso, o Observatório do Cinema fez uma seleção dos melhores e piores lançamentos do cinema em 2016.
O brasileiro Aquarius e a ficção científica A Chegada se sobressaíram como os melhores filmes do ano na opinião dos nossos críticos, enquanto Esquadrão Suicida se destacou como a maior decepção.
Confira a seguir a lista dos melhores e piores de 2016:
Melhores do ano
10. Kubo e as Cordas Mágicas – “É uma daquelas animações que fazem perguntar por que diabos o Oscar continua separando filmes live-action de filmes animados. Feito de forma artesanal e com uma fotografia espetacular, Kubo é um daqueles filmes que celebram o ato de contar histórias e entendem o enredamento de destinos, acasos e anseios que cria cada uma delas – eu saí da minha sessão com o prazer de ver cinema renovado, e isso não é para qualquer filme.” Caio Coletti
9. Zootopia: Essa Cidade é o Bicho – “Zootopia merece seu destaque por ser um desenho que trata e ilustra discussões sociais muito importantes. Uma crítica sob um olhar ‘inocente’, mas que tem sua profundidade social.” Amanda Avelino
8. Elle – “O novo filme de Paul Verhoeven com Isabelle Huppert não é perfeito, mas apresenta uma trama que acaba tanto envolvendo quanto assustando o espectador.” Vítor Guima
7. Depois da Tempestade – “Um belo e singelo filme familiar. Um escritor trabalhando como detetive tenta se reaproximar do seu filho enquanto lida com seus sentimentos por sua ex-mulher. Meu filme favorito de 2016.” Vítor Guima
6. Spotlight: Segredos Revelados – “Ganhador do Oscar de melhor filme e melhor roteiro original, o filme conta com um ótimo elenco (Mark Ruffalo, Rachel McAdams, Bryan d’Arcy James e Michael Keaton) para conduzir uma história de investigação de uma equipe editorial de um jornal. É aí que o filme conquista, com revelações incríveis que vão guiando tanto os personagens quanto o público.” Rodrigo Scharlack
5. O Quarto de Jack – “Talvez a experiência mais sensitiva do ano. Com uma história ficcional que espelha tantas outras reais, o filme é uma gema de agridoce apreciação das pequenas e gigantescas coisas do mundo – do amor de uma mãe ao hambúrguer de alguma lanchonete de beira de estrada.” Caio Coletti
4. O Regresso – “Com fotografia espetacular, o filme faz o público se sentir ao lado de Leonardo DiCaprio na sua busca por sobrevivência e depois redenção. Com atuações impecáveis, que rendeu o tão desejado Oscar à DiCaprio, o filme também levou mais duas estatuetas, por direção (Alejandro González Iñárritu) e fotografia (Emmanuel Lubezki).” Rodrigo Scharlack
3. Carol – “Faz parte daquele grupo de filmes de 2015 que só chegaram no Brasil no comecinho de 2016, mas são especiais demais para deixar de fora. O romance de Todd Haynes é um minuciosamente pensado e executado estudo de superfícies e tudo aquilo que elas não revelam.” Caio Coletti
2. A Chegada – “Sicario, filme anterior (e celebradíssimo) de Denis Villeneuve, posicionava o diretor como um poeta do pessimismo, da paisagem seca e da jornada emocional cínica. A Chegada não é nada disso – é extravagante mesmo em sua busca pelo realismo, cheio de encantamento com as possibilidades que contempla, e absolutamente fascinado com a natureza humana que retrata.” Caio Coletti
1. Aquarius – “Um filme lançado em uma época tão turbulenta e que pode dizer muita coisa sobre 2016. O diretor Kléber Mendonça Filho conseguiu gerar debate dentro e fora de cena com a sua premiada produção, que trouxe coesão narrativa e temas relevantes, principalmente para o Brasil.” Amanda Avelino
Piores do ano
10. A Bruta Flor do Querer – “Um dos filmes mais pretensiosos e fracos do ano acompanha dois cineastas tentando se virar no mercado audiovisual. Péssimos diálogos e ambientação.” Vítor Guima
9. Alice Através do Espelho – “Filmes de Tim Burton filmados por Tim Burton não são grande coisa. Imagine um deles filmado por outro diretor…” Vítor Guima
8. As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras – “A verdade é que, apesar das maiores reclamações dos fãs, Fora das Sombras é tão bom quanto o primeiro Tartarugas Ninja, de 2014 – ou seja, é moderadamente divertido, completamente absurdo, e em última instância simplesmente descartável. Como tudo em que Michael Bay coloca a mão, o filme tem atitude condescendente em relação às personagens femininas e efeitos especiais monstruosos servindo a um fio de trama que mal serve para segurar tudo em uma peça só de cinema. Como no primeiro filme, as cenas de ação mal empolgam, e a personalidade dos protagonistas é irritantemente repetitiva.” Caio Coletti
7. O Caçador e a Rainha do Gelo – “A produção não economizou em quase nada: além do retorno de Charlize Theron e Chris Hemsworth, de Branca de Neve e o Caçador, ainda contratou Jessica Chastain e Emily Blunt; trouxe Colleen Atwood de volta para criar figurinos tão exuberantes e marcantes quanto os do primeiro; caprichou nos efeitos especiais e fotografia. O único lugar onde o filme economizou, aparentemente, é no roteiro cansado e previsível, que não nos dá o bastante do que o filme faz realmente bem: abrir espaço para Theron e Blunt soltarem suas melhores performances de devoradoras de cenários.” Caio Coletti
6. Angry Birds: O Filme – “Ninguém nunca se iludiu com a possibilidade deste ser um filme bom. Pouca gente, no entanto, poderia prever quão ruim saiu a animação, que esperou anos após o pico da mania do game para chegar aos cinemas como um prato requentado que desperdiça comediantes talentosos como Maya Rudolph e Jason Sudeikis em piadas fracas claramente escritas para passar o tempo em uma trama que estende ridiculamente a premissa muito simples do jogo. Sem moral, mensagem ou motivo para existir, Angry Birds é tempo jogado fora.” Caio Coletti
5. Vizinhos 2 – “Vamos começar pela história ser basicamente a do primeiro filme. Não bastasse, a comédia é ofensiva mesmo quando tenta ser feminista. A maioria das piadas é feita de forma grosseira e a busca das meninas por direitos iguais se perde em meio ao sexismo disfarçado.” Rodrigo Scharlack
4. É Fada – “O filme brasileiro que marcou a estreia da Youtuber Kéfera nos cinemas apresenta sua maior falha no roteiro, que não apresenta conflitos ou consequências”. Amanda Avelino
3. Virei um Gato – “Infelizmente, Kevin Spacey é o protagonista de um dos piores filmes do ano. Por que ele aceitou fazer um filme com roteiro tão raso continua um mistério, mas o grande problema do filme é também os seus efeitos visuais, que são realmente muito ruins.” Amanda Avelino
2. Deuses do Egitos – “Tentou emplacar como épico, abusou dos efeitos especiais e tinha a esperança de que um ator famoso e querido do público que assiste Game of Thrones conseguiria segurar o filme. No fim, não há nada de original no filme, as atuações são ruins, e é difícil achar algo de bom que possa ter se sobressaído em meio à tudo isso. Não funciona nem como entretenimento.” Rodrigo Scharlack
1. Esquadrão Suicida – “De longe, o pior do ano. Muito esperado, com elencos e personagens de peso do mundo DC, o filme é todo picotado, as cenas não se encaixam e tudo isso muito explícito ao público, que viu o filme se moldando conforme os trailers eram lançados. A péssima caracterização do Coringa nos faz pensar se ainda veremos esse personagem em futuros filmes da DC.” Rodrigo Scharlack