Em 2010, era muito simples: Netflix ou Hulu? Hoje, com mais de 300 serviços de streaming disponíveis nos Estados Unidos – e outros muitos a caminho -, o público não pode reclamar de opções.
No entanto, flexibilidade não é o mesmo que conveniência, e uma recente pesquisa da Deloitte sugere que quase metade dos consumidores de TV estão ficando cansados de ter várias assinaturas para acessar o conteúdo que desejam.
A Deloitte entrevistou cerca de 2 mil consumidores sobre seus hábitos e preocupações com a televisão. A pesquisa constatou que os assinantes preferem a variedade de opções no mercado de streaming de hoje, mas também sugeriu que a natureza descentralizada dessas escolhas é muito grave.
Em comparação com as assinaturas de TV a cabo, os serviços de streaming oferecem preços mais baixos e uma extensa biblioteca de programas. Embora uma única assinatura de serviço de streaming ainda seja muito mais barata do que um contrato anual de TV, o corte de custos e a conveniência se tornam cada vez mais discutíveis à medida que o conteúdo se espalha pelas plataformas concorrentes.
O vice-presidente da Deloitte, Kevin Westcott, autor da pesquisa, disse ao Indie Wire que uma família norte-americana assina em média três ou quatro serviços de streaming – e não demora muito para que os custos se acumulem.
“Atualmente, existem mais de 300 serviços de streaming nos Estados Unidos, mas cada família assina em média três ou quatro, então existe um exagero de opções. Os consumidores estão frustrados porque precisam se inscrever em muitos serviços para conseguir o que querem. Não acho que veremos o lançamento contínuo de mais serviços de streaming nos próximos anos”, comentou.
A pesquisa da Deloitte observou que 47% dos consumidores estão frustrados por precisarem de várias assinaturas para assistir aos programas que desejam. Programas desaparecendo de plataformas de streaming, como a própria Netflix, também foram um problema para 57% dos entrevistados.
A explosão de serviços de streaming foi acompanhada por uma torrente de novas séries, e Wescott disse que não é coincidência. Ele observou que, embora conteúdo exclusivo possa ser um ponto problemático para os consumidores, também é o fator mais importante para um serviço de streaming bem-sucedido.
“A maioria da população que pesquisamos disse que assinou um serviço para obter conteúdo original. Alguns dos serviços de assinatura conhecidos mostraram consciência disso e estão duplicando o conteúdo original porque sabem que atrai novas assinaturas. O conteúdo original produzido em 2018 foi o maior desde que começamos a estudar essa estatística”, disse.
A Netflix é líder do mercado de streaming há muitos anos, mas uma verdadeira batalha deve começar em breve: o Disney+ está prestes a ser lançado, junto com uma expansão do Hulu, enquanto que Warner Bros. e Apple trabalham duro para lançar suas próprias plataformas.
Em paralelo, a Amazon, atual maior concorrente da Netflix, continua se consolidando cada vez mais, e no momento desenvolve uma caríssima série original baseada em O Senhor dos Anéis.