ATENÇÃO PARA SPOILERS DO FILME A SEGUIR!
Esse não é o mesmo The Rocky Horror Picture Show que você viu um bilhão de vezes durante a adolescência, e ainda assiste de vez em quando hoje em dia. Columbia veste uma saia ao invés de calças apertadas, o cabelo de Magenta não é tão “fofo” e os arranjos das músicas são diferentes – mas se eles realmente precisavam refazer The Rocky Horror Picure Show, só poderia ser desse jeito.
Para quem não conhece o The Rocky Horror Picture Show original, aqui vai um rápido resumo: os protagonistas são o casal Brad e Janet, cujo carro quebra no meio da estrada enquanto eles estavam correndo dividir a notícia de seu noivado com um professor. Procurando ajuda, eles acham o castelo da Dra. Frank-N-Furter, que criou uma “versão sexy” do monstro de Frankenstein, um gostosão chamado Rocky Horror.
O papel de Frank-N-Furter no remake ficou com Laverne Cox, afamada por Orange is the New Black. A atriz transgênero se aproxima do personagem sublimemente interpretado por Tim Curry anteriormente com gosto e preparação, dando a um personagem que sempre foi retratado como transgênero uma interpretação talvez até mais apropriada, e tão deliciosamente exagerada quanto a original. Ninguém poderia ter feito The Rocky Horror Picutre Show melhor.
Plateia participativa
Uma das principais deferências da Fox, que banca esse novo The Rocky Horror Picture Show, às legiões de fãs do original são os momentos em que a ação é cortada e vemos uma plateia de verdade assistindo e reagindo aos filmes. A cultura em torno do Rocky Horror original é que os fãs se reúnem em salas de cinema ao redor dos EUA e do mundo e seguem uma espécie de “roteiro” em que reagem ao filme – essa referência dentro do remake parece uma tentativa exagerada de agradar, e pode parecer inútil para fãs menos inteirados.
Outro problema com o novo filme é que The Rocky Horror Picture Show não decide se quer ser uma performance teatral filmada ou um remake cinematográfico. A primeira parte do filme tem números musicais menores e momentos em que o script da peça original que deu origem ao filme de 1975 é mais seguido do que o do próprio filme, mas do meio para o final esse valor se inverte e estamos claramente vendo uma produção cinematográfica, com efeitos especiais e muitos cortes.
O The Rocky Horror Picture Show da FOX é uma tentativa válida de refazer a magia de um clássico. Talvez em 2016, e em formato televisivo, o impacto seja menor do que foi lá nos anso 70, quando se tornou um meio de escape para a comunidade LGBT. Os fãs mais radicais sabem que Rocky Horror não precisava de um remake – mas já que ganhamos um, que bom que foi feito pelas pessoas certas.