A Pixar mexeu em um vespeiro ao produzir Toy Story 4. A trilogia havia sido encerrada de forma perfeita e belíssima no filme de 2010, e já é difícil produzir um terceiro filme decente, e estender ainda mais a história de Woody, Buzz Lightyear e o grupo de brinquedos com um quarto filme parecia uma péssima ideia. Felizmente, o resultado foi bem positivo, e o filme de Josh Cooley não só honrou e manteve o nível de qualidade do anterior, mas ousou ao abrir um mundo de possibilidades para mais continuações.
E agora chegamos à inevitável pergunta: haverá um Toy Story 5? O próprio diretor Josh Cooley respondeu a essa pergunta algumas vezes durante as junkets de imprensa do novo filme. O pensamento parece ser o típico “acabou, mas nunca diga nunca”, e tanto Cooley quanto os produtores da Pixar usam como argumento o fato de que um quarto filme não estava nos planos do estúdio quando o terceiro foi lançado – tudo começou quando Rashida Jones e John Lasseter haviam tido uma nova e brilhante ideia para um novo Toy Story.
E Toy Story 3 era um filme bem mais conclusivo, com seu frame final sendo literalmente o mesmo que o primeiro do original de 1995, com as nuvens no céu azul. Toy Story 4 também é conclusivo, mas de uma forma que abre mais possibilidades do que o filme de 2010.
Como seria um Toy Story 5
A Pixar tem diversas alternativas para um Toy Story 5, mas também existe um desafio a ser superado: No final do novo filme, Woody e Buzz Lightyear separam-se definitivamente, e o estúdio teria que escolher qual narrativa seguir agora. Ficaríamos com Buzz, Jessie e os demais brinquedos no arco de Bonnie ou acompanharíamos as aventuras de Woody, Betty e seu grupo sem donos para continuar ajudando brinquedos perdidos a encontrarem suas crianças.
Tom Hanks e os produtores afirmaram diversas vezes nas entrevistas de divulgação que Toy Story 4 é o fim da jornada de Woody. Esse comentário implica que um novo filme seria focado na relação entre Buzz, Jessie, Garfinho e Bonnie, mas sendo bem sincero, acho que já tivemos muito disso. Por mais que os três filmes sejam excelentes, todos se baseiam em uma fórmula muito similar de resgatar amigos perdidos, e temo que um quinto filme focado no quarto de Bonnie acabasse gerando mais uma repetição – algo que o quarto filme, por mais que tenha seus defeitos, espertamente conseguiu evitar.
Uma história centrada em Woody e Betty pode ser mais interessante. É um universo que ainda não havíamos visto em detalhes, o de brinquedos que vagam livremente pelo mundo. O advento de Garfinho também dá margem para a possibilidade de literalmente qualquer objeto ganhar vida nesse universo. Isso abre porta para um filme mais existencial, mas vamos deixar isso de lado até o momento em que David Lynch quiser brincar na Pixar, e ficaremos com a Betty versão Rey ao lado do Cowboy de Tom Hanks. Porém, sentimos que isso poderia tirar o peso da despedida dos dois brinquedos no final de Toy Story 4, afinal despedidas só são impactantes na ficção se duram. Qual seria o impacto se Andy voltasse para um novo Toy Story, por exemplo?
Existe também a possibilidade menos provável, mas com mais liberdade: novos personagens, no mesmo universo. Uma abordagem que parece ter dado certo na maioria dos reboots e franquias atuais é a tornada popular por Star Wars: O Despertar da Força, onde temos novos personagens interagindo com elementos clássicos da franquia, assim como participações reduzidas de figuras icônicas.
Até a Pixar anunciar um quinto filme, Toy Story 4 segue em exibição nos cinemas como o capítulo final da franquia.