A quinta temporada de The Flash, e a quarta de Supergirl cometeram o mesmo erro neste ano. Ambas as séries deixaram a impressão de que retornariam à suas essências. Flash trouxe um mistério de viagem no tempo, com ramificações bem pessoais para Barry Allen, que conheceu sua futura filha, Nora.
Enquanto que Supergirl abraçou a temática de justiça social, com o Ato de Anistia Alienígena e uma poderosa crítica ao preconceito.
Mas ambas as séries enganaram, em termos, os espectadores. Na série da kryptoniana, tudo acabou se tornando um plano de Lex Luthor. Já no seriado do velocista, acabou que todos os acontecimentos foram manipulados por Eobard Thawne.
Mas os paralelismos não param por aí.
Reviravoltas óbvias
O primeiro problema das séries é que as reviravoltas foram óbvias demais. No caso de Supergirl, a estreia da quarta temporada começou com a chocante notícia de que o chefe de segurança de Lex Luthor foi responsável pela prisão do vilão.
Qualquer um familiar com as histórias do Superman imediatamente começou a suspeitar de que Lex estava na prisão porque ele queria estar lá e que a temporada quatro revelaria que ele estava por trás dos Filhos da Liberdade desde o início.
Além disso, já tinha sido anunciado faz um tempo que Jon Cryer viveria Lex Luthor na série.
O mesmo vale para The Flash, que revelou a aliança de Thawne com Nora já no midseason finale, imediatamente mudando a dinâmica da temporada, que girava em torno da Cicada. Rapidamente, passamos a nos importar mais com Thawne e menos com a trama da Cicada.
Com isso, ambas as séries gastaram tempo demais com subtramas e tramas com as quais não nos importamos e que, no fim, não entregaram algo digno de nossa atenção. A sensação é que assistimos muitos fillers nessas temporadas.
Potencial desperdiçado
Em ambas as séries, as ideias mais interessantes foram criadas como tramas secundárias e apenas resolvidas no fim das temporadas.
No caso de Flash, todo a relação de Cicada II e Nora, que provaram ser arqui-inimigos uma da outra, foi mais interessante do que a série fez com o primeiro Cicada, Orlin Dwyer. Elas eram espelhos uma da outra, ligadas por um elo psíquico criado no episódio Memorabilia.
O primeiro Cicada foi só um vilão derrotado vezes demais, logo perdendo seu brilho, euqanto que Cicada II parecia ser muito superior.
Para piorar, a série deixou Thawne apenas para o episódio final da temporada, revelando que ele estava por trás de tudo. Com isso, a temporada toda mais pareceu uma preparação para o evento Crise nas Infinitas Terras, que será exibido no final do ano.
Em Supergirl, por sua vez, a subtrama da Filha Vermelha parecia ser vital no fim da terceira temporada e ainda assim ficou em segundo plano por todo esse quarto ano.
Todos ficamos nos perguntando quando ela iria aparecer e a introdução de Lex Luthor não ajudou, visto que performance de Jon Cryer roubou a cena e tirou toda a atenção da personagem. Infelizmente, ele também demorou demais a aparecer.
Não há problema uma série trazer grandes reviravoltas, mas tanto Supergirl quanto The Flash indicaram essas reviravoltas com muita antecedência e, em ambos os casos, essas histórias provaram ser mais envolventes do que aquilo que veio antes.
No fim, ambas acabaram desperdiçando o potencial que tinham nas mãos – dois vilões introduzidos só no fim, mais para chocar os espectadores do que para, efetivamente, serem trabalhados.