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Batman vs Superman e The Flash | As duas facetas do universo DC

Acredito que muitos, assim como eu, se perguntam o que diabos acontece nos bastidores do universo DC, das séries ao cinema. Acredito que a descentralização na produção dos universos adaptados de ambas as perspectivas sofrem de um problema crônico que se inicia no planejamento central dessas adaptações.

Embora vá mais além do que essa análise vá apontar, é importante entender quais fatores levam a DC a ter dois universos tão distantes, se comparado, como sempre, ao que a Marvel vem fazendo nesses mesmos dois ambientes. Utilizo para comparação, não menos obviamente, Batman vs Superman: A Origem da Justiça, primeiro de uma série de filmes da companhia e responsável por constituir o primeiro passo do novo universo da DC nos cinemas. O outro lado da moeda é preenchido pela série The Flash, por motivos claros que vão para além do sucesso da série e que explicarei mais adiante, a série é considerada uma das melhores da DC e está prestes a fechar a sua segunda temporada.

Embora a ideia utilizada para constituir esse universo nos cinemas seja a da elaboração prévia de um mundo onde essas seqüências se enquadrem, as séries vêm sendo abandonadas total e completamente por aqueles que produziram esse universo, contrariando a lógica já apresentada pela Marvel, de incluir séries como Jessica Jones e Demolidor em suas obras cinematográficas.

O manto do velocista escarlate nos cinemas ficou a cargo de Ezra Miller, levando uma imagem bem contraditória do Flash a partir da perspectiva da familiarização com o personagem, que já está latente no imaginário dos fãs da DC junto a Grant Gustin. Nesse quesito o que abordo não é opinião banal, mas sim técnica.

Uma teoria cinematográfica que é brilhantemente constituída pela Marvel em seu desenvolvimento. O fato de ter atores de menos relevância publicitária em seus filmes, faz com que a franquia tenha uma maior facilidade em criar a identificação do ator ao personagem. Sabemos que Batman é Bruce Wayne e que Ben Affleck nunca fora nenhum dos dois; já tem uma imagem popular constituída, mais do que grande parte dos atores do lado de lá fora do próprio manto de seus alter egos.

Outro fato interessante é a forma como a série The Flash aborda o tema dos multiversos. Temos Barry Allen, Wally West, Jay Garrick, Eobard Thawne e Hunter Zolomon no mesmo ambiente, sem que esses personagens entrem em conflito. Além de não abordado nesse primeiro episódio do universo DC, o multiverso não recebe nenhuma referência indireta com a manutenção de personagens que poderiam causar alguma excitação no público, tudo no filme mantém uma linha, não atiça o espectador a questionar ou se perguntar o que pode vir. Para mais além, o que a série The Flash vem fazendo através de crossovers, com Arrow e Supergirl, por exemplo, dá um tom cada vez mais dinâmico, enquadrando em um só universo o contexto de todas as séries da DC.

Sabe quando fazemos a comparação entre livro com o filme, utilizar o lastro deixado pelo livro como roteiro, categorizar melhor as questões e as importâncias onde estão? Pois é, é bem por aí que as séries da DC estão em relação ao filme. Poderíamos muito bem ter o Barry e o Arrow da série nos cinemas, facilitando muito a complicada vida da DC nos cinemas.

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