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Coringa é sobre origem de outro vilão da DC - e não do Coringa

Coringa é um sucesso esmagador para a DC. Com orçamento relativamente modesto, o longa-metragem já arrecadou mais de US$ 900 milhões ao redor do mundo e está muito perto do bilhão, números que nem o fã mais otimista poderia esperar.

Na história, acompanhamos as desventuras de Arthur Fleck (Joaquin Phoenix), um homem ignorado pela sociedade que, após uma série de eventos, se torna um grande vilão. É uma história de origem completamente nova para o Coringa – e que, curiosamente, se assemelha mais com outro vilão do Batman que com o próprio Coringa.

Aqui estão algumas das similaridades desse Coringa com o Espantalho. Jonathan Crane certamente é muito mais do que a trilogia de Batman de Christopher Nolan te mostrou.

Pai ausente

Em Coringa, Arthur Fleck cresceu sem um pai por perto, o que deixou um vazio em seu coração. Ele projeta no apresentador Murray Franklin, que adora assistir, uma grande figura paterna, enquanto fica estranhamente empolgado com a possibilidade de ser filho de Thomas Wayne.

Enquanto Espantalho teve um pai abusivo em suas histórias dos Novos 52, nas tramas mais clássicas, ele nem mesmo o conheceu. Seu pai abandonou sua mãe pouco antes de ele nascer, enquanto esta foi obrigada a deixá-la com sua avó.

Figura materna abusiva

Em Coringa, Arthur Fleck inicialmente aparenta ter uma relação amorosa com sua mãe, Penny, mas depois de uma série de descobertas, fica chocado ao saber das tantas mentiras e abusos que o rondavam desde que era pequeno. O ápice do choque acontece quando, friamente, Arthur mata sua mãe no hospital usando um travesseiro, dando fim à pessoa que (aparentemente) foi a grande responsável por todos os seus tormentos.

A história de origem do Espantalho é estranhamente parecida com a do Coringa nesse sentido, mas aqui a figura materna é sua bisavó. Jonathan Crane foi torturado de todas as maneiras possíveis por sua bisavó, uma fanática religiosa, desde jovem, prejudicando-o tanto fisicamente quanto psicologicamente.

Por causa disso, Crane desenvolveu um medo paralisante pela bisavó. Foi até que, anos mais tarde, matou a velha usando uma de suas primeiras versões do gás do medo do Espantalho.

Gosto pela dança

Aqui está um elemento um pouco mais sutil dessa comparação. Em Coringa, Arthur Fleck sente sempre uma vontade contagiante de dançar, particularmente depois que assassina suas vítimas.

Com o Espantalho, é um pouco mais direto: ele mata suas vítimas usando um tipo de dança. Com seu corpo esbelto de dançarino, Crane desenvolveu o que ele chama de “dança da morte”, uma mistura de estilos de dança com Kung Fu.

É por causa disso que ele causa tantos problemas para o Batman em combate, apesar de ser fisicamente muito frágil. Uma carta na manga para o caso de o gás do medo não funcionar.

Bullying

Coringa explora um lado inédito do vilão da DC ao mostrá-lo como um homem que é ridicularizado e excluído pela sociedade. Fleck é constantemente intimidado pelas pessoas ao seu redor, até que resolve revidar de maneira perturbadora.

Pode-se dizer que esse Coringa seria um grande amigo do Espantalho nos quadrinhos, tendo em vista que este passou por coisas parecidas. Nos gibis da DC, Jonathan Crane sofreu constante assédio moral por causa de sua aparência, já que era muitíssimo magro e muito alto (portanto, recebeu o apelido de “Espantalho” na adolescência).

Como um nerd esquisito, Crane apanhava e era xingado pelos valentões, além de ser completamente ignorado pelas garotas. Mas isto não abalou seu interesse pelos estudos – ainda que suas intenções fossem perturbadoras.

Demitido do emprego

Arthur Fleck trabalha como palhaço em Coringa, tentando trazer alegria às pessoas (mesmo sendo muito deprimido). Ele é demitido depois que leva uma arma para um hospital infantil, deixando-a cair na frente das crianças.

Nos quadrinhos da DC, o Espantalho é demitido por um motivo ainda mais bizarro. Após muitos anos estudando na Universidade de Gotham, ele consegue um PhD em psicologia e vira professor por lá, mas é demitido por causa de suas estranhas experimentações envolvendo medo.

Vingança contra a sociedade

O terceiro ato de Coringa é focado em mostrar Arthur Fleck se vingando contra todos os que lhe fizeram mal, incluindo sua mãe, o apresentador Murray Franklin e o próprio Thomas Wayne, de quem causou a morte de maneira indireta. É assim que, com sua característica maquiagem de palhaço, ele se torna o Coringa, afinal.

O Espantalho precisou de um pouco mais de tempo para arquitetar sua vingança contra a sociedade. Após anos estudando química e psicologia, Jonathan Crane chegou à sua versão final do gás do medo, indo primeiro atrás daqueles que lhe fizeram mal.

Depois da matar os líderes da faculdade responsáveis por sua demissão, o Espantalho foi atrás daqueles que tanto o atormentaram na escola. Seu plano corria bem até que surgiu o Batman, que ele então enxergaria como “o maior valentão de todos” – daí sua obsessão pelo Cavaleiro das Trevas.

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