Joaquin Phoenix recentemente interpretou nos cinemas o inimigo mais icônico do Batman, o Coringa. Mas você sabia que Phoenix quase viveu o próprio Cavaleiro das Trevas?
Muito antes do Coringa de Todd Phillips, Darren Aronofsky estava sonhando em escalar o ator como Bruce Wayne. “Eu sempre quis Joaquin Phoenix para o Batman”, revelou Aronofksy.
Estranhamente, o Batman de Aronofsky teria sido bem semelhante com o novo Coringa. Uma adaptação de quadrinhos que não se parece com uma adaptação de quadrinhos.
“Ouvi o que dizem sobre Coringa e esse era exatamente o meu argumento para o Batman. Queria gravar no leste de Detroit e Nova York. Estávamos construindo Gotham. Queria que o Batmóvel fosse um Lincoln Continental com dois motores de ônibus. O Batman seria uma espécie de MacGyver”, disse o diretor.
Franquia em situação complicada
O projeto foi desenvolvido depois que Batman e Robin, de Joel Schumacher, colocou a saga num beco sombrio. Filmes do Batman pareciam impossíveis por quase uma década depois daquele grande fiasco.
O Batman de Aronofsky começou no fim dos anos 90, até ser cancelado em 2002. O projeto acabou dando lugar para Batman Begins, de Christopher Nolan, que foi lançado em 2005 para aclamação da crítica.
“Acho que o público já assistiu o bastante de adaptações de quadrinhos. Mas na época, estavam sem tempo para nossa ideia”, comentou Aronofsky.
Trama absurda
Mas o que Phoenix teria feito no Batman de Aronofsky? Um monte de coisas muito estranhas, com certeza.
A história estabeleceria que, após a morte de seus pais, Bruce Wayne perdeu tudo, ficando sem teto e morando em uma garagem. O Comissário Gordon estaria profundamente deprimido no início, considerando até se matar por causa do estado de Gotham.
Isto seria antes de sua esposa engravidar e ele decidir salvar a cidade, inspirando Bruce a se tornar um vigilante depois de ver Gordon dar um soco em um homem mentalmente doente para salvar uma criança, em uma reportagem. Selina Kyle seria amiga de Bruce, uma prostituta que (somos levados a acreditar) mata um policial corrupto quando ele tenta estuprá-la.
Alfred seria apresentado como um homem afro-americano chamado “Little Al” que trabalha com Bruce na garagem de seu pai (“Big Al”). Provavelmente não é surpreendente descobrir que o roteiro foi escrito por Frank Miller, que roteirizou Batman: Ano Um, mas aqui traria uma abordagem muito mais sinistra.
Tom parecido com Coringa
O roteiro teria um tom de Taxi Driver semelhante ao de Coringa, com Bruce de Joaquin Phoenix escrevendo cartas para o pai morto (semelhantes aos diários de Rorschach em Watchmen) que aparecem para explicar as motivações de Wayne e abordagem para combater os bandidos de Gotham. Sua identidade do Batman seria um dos elementos mais estranhos.
Sua primeira aparição seria divulgada por um boletim de notícias, relatando sobre uma marca de um morcego que seria “uma referência óbvia ao ocultismo”. Seu traje de Batman envolveria uma máscara de hóquei cortada em duas, com dentaduras de aço pintadas de branco e luvas com lâminas de barbear embutidas nelas.
Ele injetaria nos criminosos uma mistura do que chama de “soro da verdade” e “a pior viagem ácida da sua vida”, que parece mais algo que o Espantalho faria. Ah, e ele teria espanadores com o sinal de morcego, porque a marca é importante.
Arriscado demais
O Batman de Aronofsky teria sido brutal e maluco, com um roteiro que de alguma forma ainda conseguiria terminar com todos os elementos de marca do personagem de volta ao lugar. Na verdade, teria permitido à DC levar a franquia em uma direção mais tradicional, se assim escolhessem.
Mas, não estavam prontos para arriscar tanto, entregando a propriedade para Christopher Nolan. Era claramente a escolha certa, mas ainda é fascinante imaginar que tipo de universo cinematográfico existiria agora se o filme de Aronofsky tivesse sido um sucesso de tamanho semelhante.