Alerta de spoilers
Aquaman 2: O Reino Perdido está se saindo terrivelmente mal na bilheteria, com abertura menor que The Flash, um dos maiores fracassos da DC este ano. Mas qual o porquê desse fracasso? Veremos adiante.
Entre quarta-feira e domingo, Aquaman 2 levou 621,7 mil espectadores aos cinemas e arrecadou R$ 13,3 milhões. Em sua semana de lançamento, o longa do velocista atraiu 679 mil espectadores e faturou R$ 14,6 milhões.
Nos EUA a situação se repetiu: Aquaman 2 estreou neste fim de semana fazendo US$ 38 milhões, enquanto The Flash conquistou US$ 55 milhões em sua abertura.
Com esta bilheteria inicial, Aquaman 2 está a caminho de se tornar o quarto fracasso da DC em 2023 após The Flash, Shazam! Fúria dos Deuses (abertura de US$ 30 milhões) e Besouro Azul (abertura de US$ 25 milhões).
“Aquaman é forçado a proteger Atlântida da devastação depois que uma antiga força é libertada”, diz a sinopse oficial do novo filme.
Assim como o primeiro filme, Aquaman 2: O Reino Perdido tem direção de James Wan, da franquia Invocação do Mal. O roteiro fica por conta de David Leslie Johnson-McGoldrick (A Órfã).
Continue lendo para saber por que Aquaman 2 se saiu tão mal na bilheteria?
Por que Aquaman 2 e outros filmes de super-heróis fracassaram?
A palavra saturação é constantemente usada para indicar que o público está farto de blockbusters centrados em super-heróis.
Por um tempo, parecia que a fadiga de super-heróis era mais um problema da DC, já que os filmes da Marvel continuaram a prosperar, mesmo após o lançamento de Vingadores: Ultimato. No entanto, no último ano, a quantidade de conteúdo relacionado a super-heróis explodiu, criando indiferença entre o público.
Tecnicamente, o DCEU não teve um grande sucesso desde o primeiro Aquaman, de 2018, que rendeu um bilhão de dólares, graças à temporada de férias e a um lançamento de US$ 300 milhões na China.
A franquia lançou fracassos comerciais consecutivos desde então, com outros três este ano: Shazam! Fúria dos Deuses, The Flash e Besouro Azul.
Mas os dias de glória de Ultimato acabaram, já que nem mesmo a Marvel Studios está a salvo – eles recentemente sofreram uma perda significativa com As Marvels, que encerrou sua exibição nos cinemas com um total de US$ 200 milhões.
O público está lentamente se desinteressando por projetos relacionados a super-heróis. A superexposição está, sem dúvida, levando à falta de prosperidade financeira – nenhum filme de super-herói ultrapassou a barreira de US$ 1 bilhão desde Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, de 2021.
O CEO da Disney, Bob Iger, acha que As Marvels, especificamente, fracassou nas bilheterias por falta de supervisão dos executivos.
Falando durante o NYT DealBook Summit 2023 (via The Verge), ele não culpou a greve dos atores e a falta de publicidade pelo desempenho do filme.
Também não culpou o estranho ódio pelo filme impulsionado pelo sexismo vindo de um pequeno e vocal grupo de fãs da Marvel chateados com um filme liderado por três mulheres.
Ele culpou a enorme quantidade de conteúdo sendo criado por tornar mais difícil manter a qualidade e disse: “As Marvels foi filmado durante a Covid, e não houve supervisão suficiente no set” por parte dos executivos.
Mas considerando que a superdependência no controle criativo executivo é uma das coisas que levaram a marca Marvel ao seu atual ponto baixo, essa é certamente uma avaliação míope.
Para piorar, diversos lançamentos recentes não foram bem recebidos pelos críticos: As Marvels tem 61% no Rotten Tomatoes, não é péssimo, mas não é excelente. The Flash ficou um pouco acima, com 63%. Quantumania está bem abaixo, com 46%. Aquaman 2, por sua vez, é um desastre: 36% de aprovação.
Naturalmente, o fato dos filmes não serem grandes maravilhas não ajudam no boca a boca dos espectadores, piorando ainda mais as situações financeiras desses filmes.
Aquaman 2: O Reino Perdido está em exibição nos cinemas.