Jim Starlin, criador do Thanos, já criticou a Marvel algumas vezes pela forma como trata quadrinistas em relação a créditos nos filmes do MCU. Muito antes disso, contudo, ele detonou a Casa das Ideias e Stan Lee nas páginas de sua revista em quadrinhos de Adam Warlock.
A Marvel Comics, em 1974 e em 1975, estava uma bagunça. Stan Lee e Roy Thomas haviam escrito a maior parte dos quadrinhos da Marvel no final dos anos 1960, mas no início dos anos 1970, Stan Lee assumiu a chefia da Marvel junto de Thomas.
Combinado com um aumento dramático nos quadrinhos que a Marvel estava lançando, a editora estava contratando muitos novos escritores, e a maioria deles eram jovens brancos na casa dos 20 anos. Trabalhando no método de enredo primeiro (comumente chamado de “Método Marvel”), esses jovens trabalhavam com artistas veteranos, o que às vezes trazia resultados estranhos, mas também havia jovens artistas cujo trabalho atingia níveis criativos que a Marvel não via desde os dias de Jack Kirby e Steve Ditko.
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No entanto, era um processo um tanto desorganizado, que resultava em muitos atrasos nos lançamentos, quadrinhos com vários arte-finalistas e, às vezes, vários artistas.
John Romita havia assumido o papel de Diretor de Arte e frequentemente era obrigado a redesenhar o trabalho de outros artistas para se adequar a um “Estilo Marvel” consistente, algo que Romita continuou a fazer por anos.
Eventualmente, Thomas ficou cansado de ser Editor-Chefe daquela bagunça e decidiu sair, voltando apenas para escrever, e Marv Wolfman e Len Wein (ambos na casa dos 20 anos na época) se tornaram os novos Editores-Chefes da Marvel, com Wein encarregado da linha de quadrinhos coloridos e Wolfman encarregado da linha de revistas em preto e branco.
No caso específico de Jim Starlin, ele era o artista e co-roteirista de Homem de Ferro quando Stan Lee o demitiu da revista. Felizmente, Roy Thomas gostava o suficiente do trabalho de Starlin para atribuir a ele a série do Capitão Marvel, onde Starlin deu continuidade às suas tramas envolvendo um vilão que ele havia introduzido em uma edição do Homem de Ferro, Thanos.
Starlin então saiu de Capitão Marvel por sentir que não estava recebendo o devido respeito do departamento de produção da Marvel em relação aos arte-finalistas de suas histórias (eles nunca lhe permitiram ter um arte-finalista regular, mesmo depois de prometerem que ele teria um).
Ele resolveu as coisas e, em seguida, conversou com Thomas, concordando em relançar o Warlock nas páginas de Strange Tales. Thomas já havia saído quando a série começou.
Algumas edições depois, Starlin expressou suas frustrações com a Marvel em uma história hilária em Strange Tales #181.
Jim Starlin detona a Marvel e Stan Lee
Na HQ em questão, Warlock foi capturado pelas forças da Matriarca (a líder da Igreja Universal da Verdade) e ela está tentando lavagem cerebral nele (especialmente porque ela sabe que não pode matá-lo, já que o Magus é o futuro de Warlock), para que ele siga suas ordens.
Para isso, ela recruta alguns de seus homens para colocar Warlock em uma espécie de realidade virtual, onde tentam quebrá-lo psicologicamente. Aqui, ele encontra Lens Tean (um anagrama básico de Stan Lee), que instrui Warlock a seguir o caminho que o mundo traçou. Também conhecemos Jan Hatroomi (John Romita), encarregado de fazer todos parecerem apresentáveis.
Em seguida, vemos Wolfman e Wein como assistentes de Lee, atirando em um palhaço “rebelde”, que era Roy Thomas, que deu a Starlin um novo trabalho quando Lee o demitiu de Homem de Ferro.
O personagem baseado em Lee descreve essencialmente como Starlin via o sistema da Marvel na época, apenas acumulando lixo rapidamente e fazendo tudo de novo no dia seguinte, sempre correndo, mas nunca realmente verificando se o trabalho era bom.
Starlin menciona que, ocasionalmente, há um diamante misturado a todo esse lixo, referindo-se presumivelmente ao seu trabalho, e talvez ao trabalho de outras pessoas que ele admirava na Marvel.
Curiosamente, apesar de tantas críticas óbvias, a HQ foi publicada pela Marvel.
