Em cartaz nos cinemas, Eternos aborda alguns dos eventos mais importantes da história da humanidade, como o bombardeio atômico de Hiroshima, no final da Segunda Guerra Mundial. Emocionante e devastadora, a sequência provocou polêmica na internet e foi defendida pelos roteiristas do longa da Marvel.
O filme Eternos é ambientado em várias eras da presença humana na Terra – de 5000 AC à atualidade – e mostra como os heróis cósmicos ajudaram a ditar os rumos da civilização no mundo.
Phastos, o mais inteligente dos Eternos, em várias ocasiões ajuda a humanidade a acelerar seu desenvolvimento tecnológico. Em uma breve cena, o personagem é visto ajoelhado nas ruínas de Hiroshima após o bombardeio americano, se culpando por criar a tecnologia que possibilitou essa tragédia.
Em uma entrevista ao site Inverse, os roteiristas Ryan e Kaz Firpo defenderam a cena, que causou polêmica desde o lançamento do filme; veja abaixo.
Por que a cena de Hiroshima em Eternos é importante?
No papo com o site Inverse, o roteirista Kaz Firbo discutiu a importância da cena de Hiroshima em Eternos e sua influência na trama de Phastos e dos outros personagens.
“Eternos é um filme sobre a experiência humana. Quando você é imortal, presencia as maiores vitórias e as maiores falhas da humanidade. Essa parte sempre esteve presente no roteiro do longa, desde sua primeira versão. É algo que a Chloe (Zhao, diretora do longa) e eu lutamos muito para incluir”, comentou o roteirista.
Kaz defende a cena ao afirmar que “Eternos é o primeiro filme da Disney que fala sobre genocídio”.
“O bombardeio de Hiroshima é daquelas coisas que, se você perguntar em uma sala de aula na Califórnia, vai dividir a classe. Metade dos alunos defendem esse ato terrível, e a outra metade explica por que ele nunca deve acontecer novamente”, afirmou Kaz.
Kaz Firbo é descendente de imigrantes japoneses, e a história de sua família também influenciou a inclusão da trama de Phastos em Eternos.
“Como alguém que é nipo-americano e tem família no Japão, essa cena representa uma grande parte da minha vida e da minha história. Não podemos evitar a abordagem de tragédias humanas. Queremos fazer o público pensar nisso e falar sobre o assunto, para evitar que coisas assim aconteçam novamente. Não é como se estivéssemos trivializando as tragédias, mas sobre forçar espectadores de todas as idades, etnias e origens a refletir sobre as coisas que já fizemos”, explicou o roteirista.
Ryan Firbo explica também que o filme foi estruturado de acordo com a trama da atualidade, e que os flashbacks servem para mostrar a evolução dos Eternos e a dissolução dos heróis como família.
“Nós queríamos abordar momentos que representam os maiores erros da humanidade. Procurávamos por aquele ponto final, no qual um grupo de deuses cósmicos imortais diria que ‘os humanos foram longe demais, não podemos mais ajudá-los’. Foi uma época que os Eternos sentiram que a humanidade saiu do controle”, conclui Ryan.
Eternos continua em cartaz nos cinemas brasileiros.
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