A Segunda Guerra Mundial é marcada por grandes batalhas e pelo esforço coletivo de muitos, mas existem histórias menos conhecidas que merecem ser lembradas. Entre elas, destaca-se a jornada do 6888º Batalhão Postal Central, uma unidade composta quase inteiramente por mulheres negras que desempenhou um papel crucial na manutenção da moral das tropas americanas no exterior.
No contexto de uma guerra devastadora, essa formação enfrentou obstáculos que iam desde a segregação racial até o sexismo, enfrentando desafios inimagináveis em um cenário marcado pela escassez de recursos e a pressão constante de um conflito global.
Em 1945, em meio ao caos da guerra, o acúmulo de correspondências não entregues chegou a ser um grande problema para as Forças Armadas dos Estados Unidos. Milhões de cartas e pacotes estavam esperando para serem enviados aos soldados no front, mas a falta de um corpo adequado para resolver a situação resultava em uma crise. Para resolver esse impasse, o Exército dos EUA convocou um batalhão de mulheres negras que acabou se tornando uma das histórias mais extraordinárias da Segunda Guerra Mundial.
O 6888º Batalhão foi formado por 855 mulheres, que foram enviadas de diversos estados americanos para a Inglaterra, onde se estabeleceram em Birmingham. Com a missão de organizar e entregar mais de 17 milhões de cartas acumuladas em armazéns durante três anos, elas enfrentaram um prazo apertado de seis meses, uma tarefa quase impossível dada a magnitude do trabalho. A liderança foi entregue à Major Charity Adams, uma mulher de apenas 26 anos, que se tornaria a primeira afro-americana a comandar um batalhão fora dos Estados Unidos.
Apesar da pressão de cumprir uma tarefa monumental em um curto espaço de tempo, o batalhão não só conseguiu classificar e distribuir as cartas, mas fez isso em tempo recorde. Trabalhando em turnos de 24 horas, elas conseguiram concluir a missão em apenas três meses. No entanto, o caminho até essa conquista não foi fácil, principalmente para as mulheres que enfrentaram discriminação tanto pelo racismo quanto pelo sexismo presente nas Forças Armadas.
O trabalho do batalhão foi realizado em condições precárias. Os armazéns onde as cartas estavam armazenadas eram mal aquecidos e apertados, e os pacotes estavam empilhados até o teto. Além disso, as mulheres se viam frequentemente rodeadas por roedores que buscavam comida nos pacotes, complicando ainda mais a tarefa. Mesmo assim, elas mantiveram sua determinação e focaram no objetivo maior de devolver a esperança aos soldados e suas famílias.