O longa Wicked, dirigido por Jon M. Chu, é uma adaptação ambiciosa e visualmente deslumbrante do famoso musical da Broadway, que por sua vez foi inspirado no romance de Gregory Maguire. Com um elenco estrelado por Cynthia Erivo e Ariana Grande, a trama nos transporta para o mundo de Oz, explorando o passado de Elphaba antes de se tornar a Bruxa Má do Oeste e sua amizade com Glinda, a Bruxa Boa.
O filme segue o arco da primeira parte do musical, centrando-se no período em que Elphaba, uma jovem marginalizada pela cor de sua pele, ingressa na Universidade de Shiz. Lá, ela se torna amiga de Glinda, e as duas se envolvem em um complô que ameaça a paz de Oz. Esse contexto é essencial para o desenvolvimento da trama, mas o que realmente se destaca é a relação entre as protagonistas, que serve como alicerce emocional para a história.
Embora Wicked seja, em sua essência, um grande espetáculo visual e musical, a duração do filme – com impressionantes 2 horas e 41 minutos – acaba sendo um desafio. O filme só cobre a primeira metade do musical da Broadway, mas estende suas sequências de forma a detalhar com minúcias a relação entre Elphaba e Glinda. Embora essas adições sejam boas para o desenvolvimento dos personagens, elas também contribuem para o ritmo mais arrastado da narrativa.
É nesse ponto que o filme comete seu único grande erro: ele ama tanto seu material original que se perde em referências e momentos autoindulgentes. A adição de cenas prolongadas e a insistência em reverenciar cada pequeno detalhe da versão teatral criam uma experiência que, por vezes, soa excessiva.
Momentos como a repetida menção ao tema de “For Good” ou uma aparição especial pensada para os fãs mais fervorosos acabam por distrair o público da narrativa principal. Em outros pontos, como na emblemática cena de “Defying Gravity”, o filme perde força ao interromper a tensão com diálogos e sequências de ação que diluem o impacto da performance de Cynthia Erivo.