O comediante Louis C.K. lançou uma declaração oficial para a imprensa americana nessa sexta (10), admitindo que as acusações de assédio sexual contra ele são verdadeiras. Confira a tradução (via IndieWire):
“Eu quero endereçar as histórias contadas ao New York Times por quatro mulheres chamadas Abby, Rebecca, Dana e Julia, além de uma que não quis ser identificada. As histórias dessas mulheres são reais. Na época, eu disse para mim mesmo que meu comportamento era aceitável, porque eu nunca mostrei meu pênis para uma mulher sem pedir antes. O que aprendi mais tarde na vida (tarde demais) é que quando você tem poder sobre uma pessoa, você não pode perguntar a ela se pode mostrar seu pênis, porque se torna uma obrigação, e não um pedido. O poder que eu tinha sobre essas mulheres é que elas me admiravam, e eu usei esse poder de forma irresponsável“, escreve.
“Eu sinto remorso por minhas ações. Eu tentei aprender com elas, e fugir delas. Agora, eu sei do tamanho do impacto que minhas ações tiveram. Eu descobri ontem o quanto deixei essas mulheres que me admiravam se sentindo mal sobre si mesmas e cautelosas perto de outros homens que nunca teriam colocado elas na mesma posição que eu coloquei. Eu tirei vantagem do fato de que sou muito admirado na minha comunidade, o que tornou muito difícil que elas contassem suas histórias, ainda mais porque pessoas que me admiravam não quiseram ouvir quando elas tiveram a coragem de fazê-lo“, diz ainda o comediante.
“Eu não achei que eu tinha culpa de nada disso, porque minha posição me dava o privilégio de não pensar sobre nada disso. Não há nada nessa história que me redima, ou que me faça me perdoar. Eu preciso fazer as pazes com quem eu sou, o que não é nada se comparado ao sofrimento que eu deixei a elas. Eu gostaria de ter reagido à admiração que elas sentiam por mim sendo um bom exemplo para elas como um homem, e um bom guia como comediante, porque eu também admirava o trabalho delas”, continuou.
“O maior arrependimento com o qual alguém pode viver é o arrependimento de ter machucado outra pessoa. É difícil conciliar na minha cabeça a dor que causei a elas. Eu estaria sendo remisso de excluir também a dor que causei para as pessoas que trabalham comigo, ou trabalharam comigo, e tiveram suas vidas pessoais e profissionais afetadas por isso, incluindo projetos ainda não completados”, diz por fim, listando vários deles a seguir.
“Eu passei minha longa e sortuda carreira falando o que me desse na telha. Agora, vou dar um passo atrás e tomar um longo tempo para ouvir“, conclui. Confira detalhes das denúncias contra C.K. aqui.
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