Em entrevista ao programa argentino Periodismo Para Todos, o cineasta Woody Allen se disse um “apoiador feroz” do movimento #MeToo, e que “se incomoda” quando o seu caso antigo de abuso sexual o coloca “na mesma lista de assediadores como Harvey Weinstein”.
“Quando descobrimos que pessoas assediaram mulheres e homens inocentes, é ótimo que elas sejam expostas”, comentou o diretor. “Eu tenho um comportamento exemplar no set. Eu trabalho no cinema há 50 anos. Eu trabalhei com centenas de atrizes – muito famosas ou não, jovens ou não -, e nenhuma delas sugeriu que eu tenha feito algo de inapropriado”.
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“Eu absolutamente quero que pessoas como Weinstein, que foram acusadas por 20, 50, 100 mulheres de abuso e assédio, sejam levadas à justiça. Eu acho que todo mundo quer isso”, disse a seguir.
“O que me incomoda é quando me colocam junto a nomes como o dele. Eu fui acusado por uma mulher em um caso de custódia infantil. As autoridades examinaram esse caso com a minha cooperação, e foi provado que a acusação não era verdade”, completou.
Allen se refere, é claro, a filha adotiva Dylan Farrow, que há 26 anos mantem que o pai a molestou em uma tarde de abril de 1992. O caso foi investigado e Allen foi inocentado.