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Saltburn: Um perigo silencioso que eletriza até o fim

Barry Keoghan e Jacob Elordi estrelam o novo filme de Emerald Fennell

Barry Keoghan como Oliver Quick em Saltburn
Barry Keoghan como Oliver Quick em Saltburn

Com os catálogos de filmes tomando fôlego para 2024, vale revisitar uma das melhores produções de 2023, o filme Saltburn, do Prime Video.

O ator Barry Keoghan vem chamando atenção por ter chegado preparado e com o tempero no ponto para viver o vilão discreto, mocinho e frágil, mostrando que não adianta ter dinheiro sem saber usar a inteligência. Vide a “realeza”, que era muito esperta para acumular bens e desastrada para saber por quem estavam rodeados.

A trama é tão envolvente que vai te prender fácil, fácil, por mais de duas horas. Oliver Quick (Barry Keoghan) chega, como quem não quer nada, para conquistar a preciosa amizade de Felix Catton (Jacob Elordi), que é acostumado viver rodeado de bajuladores por ser descolado e rico, claro.

Aos poucos, Oliver vai ganhando um lugar no coração da tradicional família Catton e vira um filho para os aristocratas, revelando a fragilidade deles ao não notarem em tempo de que ele é uma pessoa manipuladora, fria, que elimina quem precisar para conquistar seus objetivos.

Apesar de parecer que o filme vai deixar algumas lacunas, quase chegando ao fim, em pequenos flashbacks, vai entregando desfechos que o público nem imaginaria que poderiam acontecer. Tudo causado pelo bom samaritano – que me enganou também, com o sujeitinho meigo e que parecia apenas querer viver um amor com o garoto popular da universidade, e que só queria chamar atenção.

Há também uma certa dose de delicadeza nas mortes, onde Oliver mata de maneira silenciosa sem levantar qualquer suspeita dos personagens. Ele, inclusive, tenta incriminar Farleigh (Archie Madekwe), e tirar sua culpa do cartório, fazendo o público ficar eletrizado para desvendar o que acontece no final com muita sutileza.

Jacob Elordi e Barry Keoghan em Saltburn

Elenco e diretora dedicados

Também destaco a química implacável do elenco, todos muito bem à vontade, o que deu mais contraste nas cenas, como na cena de nudez onde Oliver dança pelo castelo – senti uma pitada de ironia e deboche com a elite.

A diretora Emerald Fennell, para bater o martelo final do filme, fez repetir a cena final de nudez onze vezes até ficar como ela queria.

O longa-metragem até abre espaço para continuações, para ver até onde o “peladão” vai continuar com suas artimanhas, ou se será desmascarado pelo golpe e tratado do seu desequilíbrio psicológico, que o torna capaz de matar o próprio pai em pensamento.

Saltburn foi indicado ao Oscar 2024. O enredo é envolvente e vale conferir. Está no Prime Vídeo. Confira o trailer:

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