A Netflix lançou Pinóquio por Guillermo del Toro, releitura do clássico, que já foi adaptado pela Disney duas vezes. Um momento em específico do clássico da Casa do Mickey é transformado em algo muito mais assustador na nova versão.
“Guillermo del Toro reinventa o conto clássico da marionete de madeira que é magicamente trazida à vida para consertar o coração de um entalhador de madeira chamado Gepeto”, começa a sinopse oficial.
Este extravagante filme em stop-motion dirigido por Guillermo Del Toro e Mark Gustafson segue as aventuras travessas e desobedientes de Pinóquio em sua busca por um lugar no mundo”, continua a sinopse.
O elenco de vozes conta com Ewan McGregor, Finn Wolfhard, Cate Blanchett, Tilda Swinton, Jon Turturro, Christoph Waltz, Tim Blake Nelson e Ron Pearlman.
O longa-metragem que vai contar uma nova história do clássico conto da Disney está sendo muito elogiado pelos críticos e público.
Não por acaso, ele está dentre os 10 filmes mais assistidos da plataforma de streaming. De fato, no Brasil, ele ocupa o primeiro lugar, superando obras como O Troll da Montanha e O Amante de Lady Chatterley.
Veja, abaixo, por que o Pinóquio por Guillermo del Toro é mais assustador que o da Disney.
Pinóquio por Guillermo del Toro é mais assustador
Para um filme de animação para toda a família, o Pinóquio da Disney tem alguns momentos bastante assustadores, com o filme apresentando tráfico humano, criaturas marinhas comendo pessoas e uma criança se transformando dolorosamente em um burro.
O Pinóquio por Guillermo del Toro remove alguns desses elementos e, embora elimine a cena mais assustadora da versão da Disney, essa decisão na verdade torna o filme da Netflix muito mais assustador.
A nova versão muda o cenário das aventuras do boneco de madeira, desta vez ambientando Pinóquio na Itália fascista no início dos anos 1900.
Por causa disso, o filme faz muitas mudanças no enredo para se adequar melhor a esse novo período, incluindo a adição do vilão Podesta e a morte do filho de Gepeto em um ataque aéreo na Primeira Guerra Mundial.
Mas é a remoção de elementos de fantasia e a adição do fascismo que transformam a cena mais assustadora da Disney em algo ainda mais tenebroso.
No Pinóquio da Disney, o garoto de madeira titular viaja para a Ilha do Prazer (chamada Toyland no livro) perto do final da história, uma ilha onde as crianças podem fazer o que quiserem, comer o quanto quiserem e serem tão rebeldes quanto quiserem.
No entanto, a verdadeira natureza da Ilha do Prazer logo se torna aparente quando as crianças começam a se transformar em burros, com Pinóquio escapando por pouco, depois de ver a terrível transformação de seu amigo Lampwick.
No Pinóquio por Guillermo del Toro, em vez de se transformarem em burros, as crianças são transformadas em crianças soldados em um campo de treinamento italiano – o que é mais realista e, portanto, mais assustador.
Os temas de fascismo e pensamento independente de Del Toro são reforçados nas cenas do campo de treinamento, com as crianças sendo treinadas para se tornarem assassinas e sendo forçadas a se voltarem umas contra as outras.
O filme Pinóquio por Guillermo Del Toro já está disponível na Netflix.