Com o midseason da 5a temporada, The Flash atinge a importante marca de 100 episódios em sua história de exibição na CW, e os produtores certamente aproveitaram para não deixar esse novo marco passar despercebido. Não apenas um ponto importante no rumo da narrativa, o episódio surge como uma celebração de todo o seriado do Velocista Escarlate ao contar com diversos momentos de episódios anteriores da série naquilo que ela faz melhor: viagem no tempo.
Em “What’s Past is Prologue”, encontramos os membros da Equipe Flash com o mesmo dilema dos episódios passados: como derrotar o vilão Cicada, que é capaz de bloquear todos os poderes de meta-humanos graças a sua adaga misteriosa. Eis que Nora West-Allen (Jessica Parker Kennedy) sugere uma ideia radical: voltar no tempo e revisitar os inimigos mais poderosos do Flash, resgatando objetos específicos que poderiam ajudar a desarmar Cicada e destruir sua adaga. Barry (Grant Gustin) aceita a sugestão, dando início a uma jornada de pai e filho pelos “momentos decisivos” do seriado.
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É uma oportunidade perfeita para celebrar o marco da série, além de comprovar como a CW é ligeira e está ouvindo o que os fãs querem. Já tendo revelado o Superman de uniforme negro no vindouro crossover Elseworlds (literalmente uma das coisas que os fãs mais queriam ver em Liga da Justiça), a emissora agora abraça uma das principais teorias acerca da trama de Vingadores 4, que supostamente envolveria os heróis voltando a pontos chave dos filmes da Marvel Studios a fim de recuperar objetos (as Joias do Infinito) para derrotar um vilão insuperável (Thanos). Além de, claro, a referência óbvia a De Volta para o Futuro 2, com os personagens revivendo momentos de aventuras passadas.
Certamente é um episódio para os fãs mais devotos da série, e que exige que praticamente todos os episódios de The Flash estejam frescos na memória, visto que as linhas do tempo se misturam com frequência ao longo dos enxutos 40 minutos – mas sempre temos uma boa exposição de Cisco nos primeiros 10 minutos para nos situarmos. Não apenas a nostalgia funciona em revermos a versão Eobard Thawne de Harrison Wells – da primeira temporada – mas principalmente a dinâmica entre Barry e Nora, que tem sido o grande ponto alto da temporada, e que segue rendendo bons momentos aqui.
Dirigido por Tom Cavanagh, o episódio acerta nos momentos dramáticos, especialmente em uma interação entre Barry e Nora quando os dois abordam a questão do Flash Reverso, que precisou ser procurado para resolve um impasse da jornada da dupla. São nesses momentos de emoção genuína e honestidade que as séries da DC na CW realmente conquistam, e tanto Gustin quanto Kennedy vendem essa cena específica com maestria, com a filha do velocista mostrando-se uma adição valiosa ao elenco.
Se há um ponto definitivamente negativo em “What’s Past is Prologue” sãos os efeitos visuais. Chega a surpreender, considerando o bom nível que a produção da CW já atingiu no passado, entregando memoráveis embates entre o Flash e o Gorila Grodd em escalas mais complexas, e aqui o trabalho da equipe de efeitos é falho em algo que já deveria ser uma prioridade da série: cenários digitais para quando os velocistas estão correndo, que surgem dolorosamente artificiais e mal feitos aqui, assim como os efeitos da força de aceleração quando os personagens correm em câmera lenta.
E por mais que Cavanagh seja um excelente ator e tenha bom olho para momentos dramáticos, sua decupagem para ação é fraquíssima, com o embate climático entre a equipe Flash e Cicada nos momentos finais do episódio sendo decepcionante, e cuja velocidade em chegar ao clímax acaba tornando o momento inteiro artificial e – com certas escolhas de enquadramentos – um tanto amador, além do desfecho praticamente invalidar toda a jornada de Barry e Nora para o macguffin. Porém, fica a revelação de que a Nevasca de Danielle Panabaker pode ser importantíssima para enfrentar Cicada, já que sua adaga é incapaz de bloquear seus poderes; que vieram de um experimento genético, não do acelerador de partículas.
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No fim, What’s Past is Prologue acaba com um gancho digno, envolvendo uma reviravolta surpreendente com Nora, e que pode render bons frutos se os roteiristas aproveitarem a ideia – que é bastante derivativa da temporada original. Um bom episódio, e que representa uma homenagem digna aos 100 episódios da série do Velocista Escarlate.
Agora, que venha Elseworlds!