Revoltante

A horripilante história real por trás de Pai Nosso?, da Netflix

Documentário acompanha os terríveis crimes do médico Don Cline

Desde sua estreia no catálogo brasileiro da Netflix, Pai Nosso? tem deixado os espectadores chocados. O filme documental acompanha a bizarra história real de um médico que – sem o consentimento das pacientes – utiliza o próprio sêmem em procedimentos de inseminação artificial.

“Uma mulher faz um teste de DNA e descobre vários meios-irmãos, revelando um esquema chocante que envolve um famoso especialista em inseminação artificial”, afirma a sinopse oficial de Pai Nosso? na Netflix.

O novo documentário da Netflix provoca debate nas redes sociais e levanta uma importante questão: afinal de contas, por que Don Cline não foi responsabilizado por seus terríveis crimes?

Apuramos a história real de Pai Nosso? e explicamos abaixo tudo que os assinantes da Netflix precisam saber sobre os crimes do médico – veja abaixo.

Pai Nosso? conta assustadora história real na Netflix

O filme Pai Nosso? é sobre a assustadora história real de Don Cline, um médico americano que inseminou mais de 90 pacientes com seu próprio esperma no estado de Indiana.

Desde sua estreia na Netflix, a trama bizarra tem chamado a atenção dos assinantes. O sucesso do documentário comprova o interesse do público em crimes reais, como os mostrados em séries como Inventando Anna e documentários como O Palhaço Assassino.

Em todos os casos, Cline assegurava às pacientes que o sêmen utilizado nas inseminações vinha de doadores, e que o material genético de doadores individuais nunca era usado por mais de três vezes.

As promessas, no final das contas, não passavam de mentiras. Antes de realizar os procedimentos, Cline se masturbava em um copinho de amostras, e depois, injetava o próprio sêmen nas pacientes.

Por mais de uma década, Cline teria inseminado cerca de 90 mulheres com seu próprio esperma. O alcance dos crimes do médico nunca teria sido revelado se não fosse pelo desenvolvimento da indústria de “testes de genealogia”.

Nos últimos anos, testes caseiros de DNA – desenvolvidos por empresas como 23andMe e Ancestry.com – se tornaram extremamente populares. Com eles, as pessoas podem descobrir o panorama completo de sua maquiagem étnica.

Foi com um desses testes que a jovem Jacoba Ballard descobriu a existência de 7 meios-irmãos na região de Indiana.

O drama não terminou por aí. Após a confirmação da conexão genética, os meios-irmãos também descobriram um parentesco com uma mulher de sobrenome Cline – uma prima de Don Cline.

Pouco tempo depois, os Ballard conseguiram marcar um encontro com o Dr. Cline. Na reunião, o médico aposentado admitiu ter usado o próprio esperma nos procedimentos de inseminação artificial.

Nos meses seguintes, mais 15 filhos biológicos do Dr. Cline foram encontrados na região de Indianápolis.

Quando o jornal The Atlantic publicou um artigo sobre os crimes do médico, em 2019, mais 50 filhos de Cline haviam sido identificados. Com o lançamento de Pai Nosso?, o número subiu para 94.

Mesmo assim, os atos de Don Cline não foram vistos como estupro ou violação sexual pelo ordenamento jurídico do estado de Indiana.

No final das contas, Cline foi condenado apenas por obstrução de justiça, por mentir sobre a utilização de seu esperma nas pacientes. O médico foi obrigado a pagar uma ínfima multa de 500 dólares e passar 1 ano sob liberdade condicional.

Cline também perdeu sua licença para praticar medicina, mas na época, já havia se aposentado.

Atualmente, inúmeros “filhos de Cline” pedem que os crimes do médico sejam incluídos na legislação americana como estupro ou violência sexual.

Você pode conferir mais detalhes sobre a bizarra história de Don Cline no documentário Pai Nosso?, disponível na Netflix.

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