Indicações

Quem vai ganhar o Oscar 2019? | Analisando a categoria de Melhor Filme

Está chegando a hora da maior festa da Sétima Arte acontecer! A cerimônia do Oscar 2019, prêmio entregue pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, promete ser uma das mais peculiares de sua história. Seja pela lista de filmes indicados ou todas as polêmias envolvendo a organização do evento, que cortará categorias da transmissão, não tem um anfitrião central e por aí vai.

Neste especial, estudaremos algumas das principais categorias do Oscar 2019. Olhando para cada indicado individualmente para analisar suas chances de vitória e o trabalho no geral que está sendo celebrado em sua respectiva área.

Na primeira parte, analisaremos os 8 indicados para a categoria principal, a de Melhor Filme.

Oscar 2019 | Sindicato de Diretores de Fotografia critica ausência da categoria na transmissão

Bohemian Rhapsody

É difícil de aceitar que um filme tão mediano quanto Bohemian Rhapsody esteja indicado a Melhor Filme, mas a Academia tem um fraco por biografias convencionais. O filme de Bryan Singer – e finalizado por Dexter Fletcher – segue todos os clichês do gênero, e não faz um bom trabalho em ser verossímil com fatos ou de criar um grande apego com os demais personagens e suas motivações. O grande charme fica mesmo em ver recriações dos shows do Queen, porque música do Queen deixa tudo melhor, e são os poucos momentos em que os cineastas parecem realmente inspirados.

A Favorita

Dramas de época e intrigas palaciais geralmente obedecem um estilo muito tradicional, e ver A Favorita indicado é admirável, dada sua abordagem nada convencional. O filme de Yorgos Lanthimos acrescenta humor sádico e muito sarcasmo ao gênero, contando com atuações sensacionais de Emma Stone, Rachel Weisz e Olivia Colman, na clássica história de disputa de poder e alpinismo social, mas contada com muita acidez e estilo.

Green Book: O Guia

Quase todo ano, a Academia celebra um filme que trate sobre questões raciais de forma leve e bem humorada: vide Histórias Cruzadas e Estrelas Além do Tempo. Green Book: O Guia é o filme da vez, e o longa de Peter Farrelly tem fôlego para conquistar o prêmio principal, algo que definitivamente o transformaria em um dos vencedores mais fracos dos últimos anos. Green Book abraça clichês e falha em oferecer um tratamento digno para o racismo no sul dos EUA, e o grande mérito fica mesmo com as performances de Viggo Mortensen e Mahershala Ali. Como ganhou o Producers Guild Awards, é o favorito da categoria.

Infiltrado na Klan

Um grandioso retorno à forma para Spike Lee. Finalmente acertando com o grande público novamente, o veterano cineasta conduz uma trama policial instigante e que parece improvável demais para ser verdade, e a aproveita para retratar os problemas raciais nos EUA de forma nada sutil – traçando uma assustadora evolução da Ku Klux Klan até os governos de Donald Trump. É um filme importante, mas que também consegue encontrar espaço para se divertir e até mesmo referenciar o próprio cinema.

Nasce uma Estrela

O fato de que temos a quarta versão de Nasce Uma Estrela concorrendo ao Oscar comprova que algumas histórias realmente são imortais. A releitura de Bradley Cooper e Lady Gaga acerta ao criar uma narrativa eficiente e que se sustenta na relação extremamente convincente e emotiva do casal, ao passo em que a direção de Copper revela sensibilidade e inteligência, além de todas as canções serem capazes de provocar momentos de real atmosfera e catarse.

Pantera Negra

A Marvel Studios faz história ao ter o primeiro filme de super-heróis a concorrer em Melhor Filme no Oscar. É uma indicação justa, e que celebra o legado de Batman: O Cavaleiro das Trevas, filme que deveria ter concorrido há 10 anos atrás, mostrando que há espaço para filmes de gênero na Academia. Pantera Negra é um filme empolgante e bem realizado, lidando com temas raciais e de identidade muito melhor do que alguns dos chamados “filmes de prestígio”, sendo também o filme mais maduro e melhor resolvido da produtora de Kevin Feige.

Roma

Outra grande presença na premiação é a Netflix, que finalmente conseguiu chegar à categoria principal com Roma, o mais pessoal e intimista filme do cineasta Alfonso Cuarón. É um filme que depende muito do envolvimento do espectador com os personagens e a mensagem do longa, e que pode não ocorrer a todos, mas que impressiona pelo cuidado estético e a direção controlada. É o filme que pode tirar o prêmio de Green Book, mas será que a Academia está pronta para se render ao streaming? Se dependesse do BAFTA, onde o longa saiu premiado, seria uma vitória rápida.

Vice

Ainda que não tenha sido exatamente bem recebido com a crítica americana, Vice acabou sendo um sucesso de indicações, e disputa a categoria principal ao lado de obras bem superiores. Adam McKay encontrou uma nova voz satírica em A Grande Aposta, mas não repetiu o feitiço ao retratar os bastidores da presidência de George W. Bush, tal como a influência do notório Dick Cheney. É um filme com boas sacadas de humor e visual, mas que falha ao não ter um foco e se confundir com a moral esquizofrênica de sua narrativa.

Quem VAI ganhar: Green Book: O Guia
Quem PODE ganhar: Roma
Quem DEVERIA ganhar: Nasce Uma Estrela

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