Streaming

Artigo | O que a compra da Fox pela Disney significa para os X-Men e o universo Marvel?

Essa quinta-feira (14) foi dominada, nas notícias de entretenimento, pela notícia de que a Disney atingiu um acordo para comprar os ativos da Fox, cimentando então aquela que talvez é a maior fusão de grandes estúdios da história de Hollywood.

A compra significa muitas coisas em muitas frentes, como já abordamos aqui no Observatório do Cinema. Uma das maiores preocupações é quanto à criação de um monopólio da Disney sobre a indústria de entretenimento, algo que exploramos nesse artigo. Por outro lado, a compra também pode significar nova vida para muitas franquias “abandonadas” de Hollywood, como A Era do Gelo e Percy Jackson, algo que abordamos nessa lista de todas as propriedades herdadas pela Disney.

X-Men: Apocalipse

Para fãs de quadrinhos, no entanto, a compra feita pela Disney tem um significado especial porque, por mais de 15 anos, a Fox tem tocado uma franquia dos X-Men cheia de altos e baixos – e, ainda mais importante, completamente separada dos outros heróis da Marvel no cinema, como Capitão América e Homem de Ferro, todos desenvolvidos pela Disney sob o banner Marvel Studios.

No entanto, como exatamente você funde duas franquias que acontecem de forma paralela há mais de uma década? A grande questão que paira sobre os fãs de quadrinhos é essa, indubitavelmente, e algumas opções que a Disney terá a sua frente ficam claras – mas, é preciso apontar, todas elas devem acontecer depois de 2019.

Os Novos Mutantes

Por quê, se pergunta o leitor? Bom, a Fox tem três filmes marcados para 2018 na franquia X-Men, para começar – três filmes que já estão prontos e não devem ser modificados, cancelados ou adiados a não ser que a Disney queira jogar muito dinheiro no lixo. São eles: Os Novos Mutantes (12 de abril), Deadpool 2 (31 de maio) e X-Men: Fênix Negra (1º de novembro).

Enquanto isso, a Marvel tem nada menos que seis filmes marcados entre 2018 e 2019 – novamente, filmes que ou já estão filmados e em processo de pós-produção, ou certamente já tiveram suas histórias definidas e roteiros iniciados, se é que não foram traçados anos atrás. Vamos lá: Pantera Negra (15/02/2018), Vingadores: Guerra Infinita (26/04/2018), Homem-Formiga e a Vespa (05/07/2018), Capitã Marvel (28/02/2019), Vingadores 4 (02/05/2019) e Homem-Aranha: De Volta ao Lar 2 (04/07/2019).

Kevin Feige

Isso garante que a franquia dos mutantes continuará resolutamente separada do universo Marvel pelo menos enquanto esses planos durarem, mas o guru do MCU, Kevin Feige, evitou até agora falar de planos para a quarta fase da franquia, que viria depois de 2019 (apenas um terceiro filme dos Guardiões da Galáxia está previsto, mas sem data definida). Esse movimento de Feige, que normalmente planeja as coisas com muita antecedência, agora parece proposital – os planos da Marvel para a Fase 4 devem ser desenhados a partir de hoje, com a certeza da entrada dos X-Men (e, é claro, do Quarteto Fantástico).

No entanto, a dúvida persiste: a Marvel vai fazer um reboot completo dos mutantes, recriando os personagens, reescalando atores e integrando suas novas histórias ao universo que já estabeleceu, ou veremos uma fusão de duas linhas de história diferentes, com os atores ficando sob contrato e continuando suas narrativas, que se colidirão com as dos heróis da Marvel a partir de agora?

Mística em X-Men

A primeira alternativa parece mais provável – se por nenhum outro motivo, apenas porque a narrativa rigidamente controlada do universo Marvel no cinema e na TV dificilmente admitiria uma colisão tão caótica quanto a que descrevemos acima. Talvez a franquia X-Men criada pela Fox tenha “dado o que tinha que dar”, alguns argumentarão, mas a perspectiva de ver os mutantes, que sempre foram essas “cartas imprevisíveis” no jogo contado dos blockbusters de super-heróis, se tornarem mais uma “propriedade ajustada ao universo Marvel”, não é nada agradável.

A análise dessas duas alternativas é válida porque outras levantadas por fãs (como a possibilidade de manter os universos separados, ou mesmo reiniciar todo o mundo da Marvel para ajustar os X-Men) são vastamente improvável, para não dizer praticamente inimagináveis. Está na hora de encararmos o futuro dos nossos filmes de super-heróis e pensar o que queremos assistir, o que eles vão nos dar, e como podemos reagir se o resultado não for o que queremos. Você sabe onde está nessa briga?

Sair da versão mobile