Sem spoilers

Explicamos a polêmica em torno do Lucifer de Sandman

Rei do Inferno é interpretado por Gwendoline Christie na série da Netflix

Já disponível no catálogo brasileiro da Netflix, Sandman conquistou público e crítica, estabelecendo-se como um verdadeiro fenômeno de audiência. No entanto, quando a plataforma anunciou o elenco da série, a escolha de Gwendoline Christie para o papel de Lucifer causou uma grande polêmica nas redes sociais.

“Após anos aprisionado, Morpheus, o Rei dos Sonhos, embarca em uma jornada entre mundos para recuperar o que lhe foi roubado e restaurar seu poder”, afirma a sinopse oficial de Sandman na Netflix.

Junto com Gwendoline Christie (Game of Thrones), o elenco de Sandman conta com Tom Sturridge (Mary Shelley), Kirby Howell-Baptiste (Cruella), Boyd Holbrook (Narcos), Charles Dance (Mank), Mark Hamill (Star Wars) e David Thewlis (Harry Potter).

Explicamos abaixo por que a escalação de Gwendoline Christie causou controvérsia em Sandman; confira.

Após sofrer ataques, Lucifer ri por último em Sandman

Na trama de Sandman, a atriz britânica Gwendoline Christie dá um show de atuação como Lucifer Morningstar, o regente do Inferno.

Você, provavelmente, conhece Christie por sua performance como a guerreira Brienne de Tarth em Game of Thrones. A atriz também interpreta a vilã Capitã Phasma em Star Wars.

Quando a Netflix anunciou a escalação de Gwendoline Christie em Sandman, a atriz entrou na mira dos trolls e se tornou vítima de inúmeros ataques nas redes sociais.

Alguns fãs da HQs de Sandman não gostaram nada do fato de uma mulher interpretar Lucifer. Embora tenham sido extremamente desagradáveis, os protestos não surpreenderam ninguém.

Afinal de contas, para uma pequena (mas irritante) parte do público, qualquer projeto que envolva mulheres poderosas ou personagens não-brancos é “lacração”.

Os internautas que reclamaram da escalação de Gwendoline Christie para o papel de Lucifer claramente desconhecem a HQ original e seu criador.

Neil Gaiman, o criador de Sandman, respondeu aos ataques dos trolls com muito sarcasmo e acidez.

“Como, exatamente, esse personagem mudou? É o pênis? Está tudo bem. Nas HQs, o Lucifer também não tem um pênis. Acho que o mesmo pode ser dito sobre a Gwendoline. Os diálogos continuam os mesmos. O problema é o fato da Gwendoline ser mais alta que o Lucifer?”, ironizou o escritor.

As reclamações dos “fãs” de Sandman simplesmente não fazem sentido. Nas HQs, Lucifer nunca foi um “macho” – como alguns espectadores desejavam ver na adaptação da Netflix.

Pelo contrário: o personagem sempre foi caracterizado como uma figura andrógina e ambígua. A atuação de Gwendoline Christie, dessa forma, é completamente fiel aos quadrinhos.

Essa versão do Rei do Inferno é bem mais parecida com o personagem das HQs do que qualquer outra encarnação da entidade. Ela supera (e muito) a versão de Tom Ellis, vista na série Lucifer.

“Tenho muito respeito pelo Tom, mas não acho que seria útil assistir a performance de outro ator no papel de Lucifer”, comentou Gwendoline Christie em um papo com um site britânico.

Mesmo assim, muita gente desejava ver Tom Ellis em Sandman. Neil Gaiman explicou por que a escalação do ator não faria sentido.

“O Lucifer dele, embora inspirado no Lucifer de Sandman, está muito longe da continuidade de Sandman. É mais fácil voltar à versão das HQs”, explicou o escritor.

A 1ª temporada de Sandman está disponível na Netflix.

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